Drave

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Drave é uma aldeia desabitada (não abandonada) num vale entre as Serra da Freita, Serra de São Macário e Serra da Arada, integrada no Geoparque de Arouca, na União de Freguesias de Covelo de Paivó e Janarde, concelho de Arouca, distrito de Aveiro.
As suas casas são de pedra com cobertura de xisto e o acesso à mesma só é possível a pé desde certo ponto. Eis o primeiro indício que a torna especial.
Bastante isolada em termos de modernidade, sem nenhuma povoação próxima, sem electricidade, sem água canalizada, sem rede de telemóvel, sem lojas nem cafés, sem relógios – parada no tempo…
Local de encontro de três ribeiras – Palhais, Ribeirinho e ribeiro da Bouça – que ali se juntam e formam o rio da Drave, que desagua após cinco quilómetros entre vales e rochas, no rio Paivó, afluente do rio Paiva.
A aldeia “vista de cima” encontra-se “esculpida” em dois montes, com caminhos irregulares e onde se destaca a capela central, esta revestida a cimento e caiada de branco.
A origem, segundo a história, é remota. Possibilidade é que dado a sua localização e isolamento, tenha surgido como refúgio à criminalidade, mas também poderá ser pela existência de água e solo fértil, que permitiam a subsistência. O documento mais antigo que refere a aldeia é do tempo de D. Dinis (1279-1325).
Drave foi habitada por algumas famílias, entre as quais se destacam os Martins. Família numerosa e abastada que tem ainda o seu solar na aldeia, habitado até 1999, pelo casal Sr. António e Dª. Aninhas. Após o falecimento desta, o esposo foi viver para Regoufe (a 4km), onde acabaria por falecer em 2005. Todos os anos, a 15 de Agosto os descendentes da família Martins regressam à Drave para a festa da aldeia.

Hoje em dia, algumas casas e terrenos da aldeia são propriedade do Corpo Nacional de Escutas (CNE), funcionando todo o ano como um centro de atividades escutistas para a secção dos Caminheiros – dos 18 aos 22 anos. Desde 2003 que a Base Nacional dos Caminheiros funciona na aldeia.